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domingo, 27 de março de 2011

O lixo e suas implicações


O lixo e suas implicações
Autora: Simone Côrtes

"Somente uma transição rápida a atitudes fundamentalmente novas, atitudes de respeito e integração ecológica, poderá ainda evitar o desastre. Encontramos-nos num divisor de eras. Nossa época entrará na história, se dermos chance à história, como limiar de uma nova idade. A qualidade de vida nesta nova idade dependerá de nosso comportamento atual e das atitudes que soubermos inculcar na juventude".
José Lutzemberger










Os resíduos sólidos urbanos (RSU), mais conhecidos como lixo, constituem uma preocupação ambiental mundial, especialmente em grandes centros urbanos de países subdesenvolvidos. Pouco se conhece sobre as repercussões da disposição desses resíduos a céu aberto na saúde humana e das práticas sanitárias da população em relação a eles. A geração de lixo, suscita uma maior demanda por serviços de coleta pública e esses resíduos, se não coletados e tratados adequadamente, provocam efeitos diretos e indiretos na saúde, além da degradação ambiental. No Brasil, a população foi influenciada pela cultura dos portugueses no período colonial, em que tinha como um dos principais objetivos explorar os recursos naturais, sem se preocuparem com a desordem ambiental que poderiam gerar ao longo dos séculos. A partir da Revolução Industrial o homem passou a viver na “era dos descartáveis”, em que a maior parte dos produtos são inutilizados após um único uso, como é o caso dos copos e guardanapos, latas de refrigerantes e embalagens de alimentos diversos. Com o passar do tempo, essa cultura se ampliou para outros produtos como celulares, tv, mp4, roupas etc. É importante lembrar que o modelo consumista e de descarte de produtos no Brasil sem se preocupar com o amanhã, vem sendo diariamente influenciado pelos meios de comunicação através da publicidade que segue o padrão de exploração comercial americano controlados pelos “donos” das concessões de TV, rádio, jornais e revistas que fazem parte da elite brasileira e assim ditam as regras sobre o consumo, comportamentos, valores e ideologias da sociedade brasileira. O lixo urbano gerado é hoje uma preocupação ambiental nos grandes centros urbanos e ainda pouco se conhece sobre os efeitos à saúde causados pela disposição do mesmo a céu aberto, coleta inadequada e as práticas sanitárias da população em relação a estes resíduos. A maior parte do lixo gerado hoje pelas grandes metrópoles não são orgânicos, mas sim inorgânicos, os quais apresentam níveis diferentes no tempo de decomposição, que podem se estender até 500 anos ou mais. Um dado curioso com relação ao lixo é o que acontece na China em um site em inglês. As China undergoes its historic drive toward urbanization, it is also witnessing the rapid accumulation of urban garbage. The nation’s 668 cities generate an estimated 150 million tons of rubbish each year, accounting for roughly one-third of the world total, according to Beijing Review. Currently, as much as 7 billion tons of this garbage remains untreated, and two thirds of China’s cities have been inundated by rapidly spreading garbage mounds. Este é o lado pestilento do milagre chinês. As estatísticas atuais apresentam o lixo como um dos maiores problemas da sociedade e das cidades modernas. A produção de resíduos sólidos no mundo chega a 2 milhões de toneladas por dia. Os Estados Unidos geram 230 milhões de toneladas ao ano. Nos países do hemisfério norte (mais ricos), a média é a produção de 1,9 Kg por pessoa; em alguns países o número chega a 2,0 Kg ou mais. Nos países do hemisfério sul (mais pobres), os números variam de 1,0 Kg por pessoa e podem chegar a 0,3 Kg por dia ou menos. As 13 maiores cidades são responsáveis por 31,9% de todo o lixo urbano brasileiro. O número de crianças nos aterros chega a 45 mil. A estimativa é de que existam entre 200 mil a 800 mil catadores trabalhando em depósitos a céu aberto nas ruas.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, 2000: 125.281 mil toneladas de resíduos são coletadas diariamente, onde 30,5% vão para lixões, 22,3% para aterros controlados e 47,1% vão para aterros sanitários (ampliando em 40% o volume de 1995). Os resíduos dos veículos automotores são responsáveis por 85% da poluição atmosférica.  Um outro dado preocupante é o gráfico  a seguir com relação ao lixo eletrônico pelo mundo.
As doenças causadas pelo lixo orgânico são principalmente Salmoneloses, chegueloses, doenças que causam diarréia. Parasitoses e endoparasitoses causadas por vermes como: giárdia, ameba. Os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS), conhecido como lixo hospitalar, veiculam três principais vírus: HIV, hepatite C e B. Já o lixo inorgânico como o plástico ao ser queimado libera dioxinas e furanos, consideradas substâncias cancerígenas.  A demora na decomposição de resíduo seja ele qual for, pode provocar estragos alarmantes à natureza, pois ele estará durante muito tempo no ambiente sem utilidade alguma. É claro que essa dura realidade pode começar a mudar se ao menos a população começar a separar o lixo. Só nos resta agora refletirmos sobre nossas ações quanto ao consumo exagerado e o fim que damos aos materiais que não mais utilizamos. Esta geração já está sofrendo as conseqüências com o acúmulo do lixo desordenado provocado pelas gerações anteriores. Portanto, sejamos nós os agentes modificadores desta triste história para as gerações futuras!
 Adaptado por Delamare Mello do livro Educação Ambiental na Escola: reflexões para a  sala de aula. Texto original de autoria de Simone Côrtes.
Simone Cortez é Orientadora Educacional do Centro Educacional Vitória-Régia, graduada em Ciências Biológicas pela UNIJORGE, graduada em Pedagogia pela FACESA e pós graduada em Psicopedagogia pelo IBPEX(Instituto Brasileiro de Pós-graduação e Extensão).email: simone@vitoriaregia.net






domingo, 13 de março de 2011

Cidadania planetária para o Japão e demais povos


Caros amigos,
Mais uma vez nos deparamos com um problema gerado pelas mudanças ocorridas no nosso planeta, afetando a tudo e a todos. É preciso reconhecer a fragilidade a que estamos submetidos dentro de um planeta que passa por constantes transformações.   É sabido que  a movimentação das placa ao gerar muita energia movimenta grandes massas de água e tomam a direção de continentes. Ao observar as imagens do Japão, a energia desprendida pelo tsunami, provocou além da grande perda material como a destruição de embarcações e carros, poluição do ar com o vazamento de tubulações de estações nucleares de fornecimento de energia, queda de prédios, contaminação de lavouras, rios e mares, a morte de pessoas e na última etapa a geração de doenças decorrentes na putrefação de corpos. Se avaliarmos os efeitos desta catástrofe natural, pode-se perceber a dimensão dos custos ambientais e econômicos, que coloca pessoas em risco previsível e compromete recursos como água, ar e solo, minérios, afetando todo o planeta. Deste caos, emergem várias reflexões e buscarei mencionar pelo menos duas. A primeira diz respeito aos desafios a serem enfrentados pelos lideres mundiais da viabilidade em continuar estimulando a presença de populações em territórios altamente vulneráveis e com elevados custos econômicos, sociais e ambientais. Percebe-se que embora o Japão seja considerado um dos países mais preparados em lidar com terremotos, desenvolvendo tecnologia para isso, demonstrou não possuir controle sob grandes catástrofes, assim como nenhum país. O exemplo dessa incapacidade é conseguir horas antes do fenômeno, deslocar em tempo hábil, grandes populações.  A segunda reflexão diz respeito a cidadania planetária. Atualmente, com o conhecimento científico que se adquiriu ao longo os séculos, já se tem um cenário de áreas de elevada vulnerabilidade que não deveriam ser ocupadas por grandes populações a não ser para fins científicos. Já foi informado que o custo da reconstrução do país deverá ultrapassar 50 bilhões de dólares. A reconstrução exigirá uma grande quantidade de natureza de outras partes do planeta. A questão que surge é o acolhimento de ocupações para estes povos. Todos sairão beneficiados com ganhos nos aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais Transferência de tecnologia, saberes. O desafio é o respeito e o convívio para com as diferenças, não para nos tornar menores diante do outro mais para a busca da cidadania planetária, vencendo principalmente a ganância, o individualismo e o egoísmo. Sabemos que neste momento de profundo sentimento de respeito e compaixão pelas famílias que vivem no Japão, a solidariedade  e compaixão devem continuar a se mostrar presentes  em todas as nações do mundo para  que se pense numa nova ordem onde os povos no mundo possam não mais viver em situação de alta vulnerabilidade.
Delamare Mello
Biólogo e EducadorAmbiental