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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Falta amor ao nosso Patrimônio Natural

Olá ativistas e visitantes do ciclos,
Aquí em Salvador, mais uma vez O Jornal A Tarde, na sexta-feira, 30 de setembro, repetiu a reportagem de uma APP (Área de preservação permanente) situada na paralela e batizada pelo nome de Parque Encantado, cujo bioma de Mata Atlântica vem sendo degrado pela empresa de construção civil Realeza com autorização da Superintendência do Meio Ambiente, Sr. Luis Antunes de Athayde Andrade Nery. A missão no site da SMA é promover políticas públicas de desenvolvimento sustentável, garantindo equilíbrio ambiental e qualidade de vida para sociedade e gerações futuras, no município do Salvador. 
Como seria possível garantir o equilíbrio ambiental, sem respeitar as leis, a sociedade e as gerações futuras da nossa Terra?
Queremos, um dia nesta amada Terra um dia poder sentir e pulsar em nossos corações o que nos diz o escritor e poeta José Saramago
PROTOPOEMA
Do novelo emaranhado da memória, da escuridão dos nós cegos, puxo um fio que me aparece solto.
Devagar o liberto, de medo que se desfaça entre os dedos.
É um fio longo, verde e azul, com cheiro de limos, e tem a macieza quente do lodo vivo.
É um rio.
Corre-me nas mãos, agora molhadas.
Toda a água me passa entre as palmas abertas, e de repente não sei se as águas nascem de mim, ou para mim fluem.
Continua a puxar, não já memória apenas, mas o próprio corpo do rio.
Sobre a minha pele navegam barcos, e sou também os barcos e o céu que os cobre e os altos choupos que vagarosamente deslizam sobre a película luminosa dos olhos.
Nadam-me peixes no sangue e oscilam entre duas águas como os apelos imprecisos da memória.
Sinto a força dos braços e a vara que os prolonga.
Ao fundo do rio e de mim, desce como um lento e firme pulsar de coração.
Agora o céu está mais perto e mudou de cor.
É todo ele verde e sonoro porque de ramo em ramo acorda o canto das aves.
E quando num largo espaço o barco se detém, o meu corpo despido brilha debaixo do sol, entre o esplendor maior que acende a superfície das águas.
Aí se fundem numa só verdade as lembranças confusas da memória e o vulto subitamente anunciado do futuro.
Uma ave sem nome desce donde não sei e vai pousar calada sobre a proa rigorosa do barco.
Imóvel, espero que toda a água se banhe de azul e que as aves digam nos ramos por que são altos os choupos e rumurosas as suas folhas.
Então, corpo de barco e de rio na dimensão do homem, sigo adiante para o fulvo remanso que as espadas verticais circundam.
Aí, três palmos enterrarei a minha vara até à pedra viva.
Haverá o grande silêncio primordial quando as mãos se juntarem às mãos.
Depois saberei tudo.
José Saramago

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